quinta-feira, 8 de novembro de 2007

Baixo índice de nacionalização favorece indústria de Informática


Uma das razões para o excelente resultado apresentado pela indústria de informática nos últimos meses é o fato de ela ser altamente importadora de peças e componentes. Como o dólar está em baixa diante do Real, o custo de produção dos equipamentos da área também caiu.
Na gangorra do câmbio, o setor eletroeletrônico - que reúne ganhadores e perdedores com o vaivém das moedas - foi o que apresentou maior rentabilidade até o último dia 21, na Bovespa, conforme dados divulgados pela consultoria Economática.
Os números, divulgados na coluna Mercado Aberto, do jornal Folha de São Paulo, revelam que a indústria importadora de componentes, partes e peças é a que mais se beneficia com a valorização do real frente ao dólar. No caso da Informática, soma-se a queda do valor do dólar, os benefícios fiscais concedidos pelo governo Lula.
O resultado final da equação é um equipamento com preço mais atraente para o consumidor final. Foram comercializados dois milhões de PCs (desktops e notebooks) apenas nos três primeiros meses do ano, de acordo com dados a consultoria ITData, contratada pela Abinee para estudar o mercado brasileiro de Informática.
Se para o consumidor final, o preço do PC caiu e houve uma maior possibilidade de compra, por outro, o projeto de uma indústria nacional perde pontos consideráveis. A nacionalização de partes, peças e componentes foi considerada crucial na definição na política industrial do governo Lula, apresentada em março de 2003.
A proposta do governo era a de nacionalizar ao máximo a produção e incentivar a vinda de indústrias para o país ainda não instaladas aqui, entre elas, a de semicondutores. Com o real valorizado, esses planos, afirmam economistas do mercado, ficam ainda mais distantes.
Na matéria, fica claro que além dos eletroeletrônicos, também foram destaques os setores: Química (63,44%), siderurgia (48,43%), têxtil (39,53%) e mineração (39,37%). O estudo com relação aos dados da Bovespa (apurados até o dia 21) faz ainda uma observação interessante: Os bancos, que normalmente são destaque na Bolsa, registraram, até agora, uma rentabilidade (16,36%) abaixo da Bovespa (22,90%).
Também conforme os últimos dados da Abinee, quem também não correspondeu no índice Bovespa foi o setor de telecomunicações (19,70%), que registrou uma rentabilidade bem abaixo do esperado. Como a área vive um momento de grande incerteza - sem definição oficial sobre os novos leilões - além de todo o processo de reestruturação interna das operadoras, o setor não correspondeu conforme o esperado. Acompanharam telecom nesse processo, os setores de papel e celulose (16,27%), alimentos e bebidas (14,71%) e comércio (14,06%).
*Com dados da pesquisa Economática divulgada na seção Mercado Aberto, do Jornal Folha de São Paulo.


Postado por Priscila Lima
Fonte: Ana Paula Lobo
Convergência Digital :: 25/06/2007

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